O sistema alternativo de tratamento de esgoto por zona de raízes, implantado na Escola Municipal Padre Luigi Salvucci, de Foz do Iguaçu, está apresentando bons resultados. A constatação é dos técnicos da Sanepar, que acompanham o processo para testar a eficiência do tratamento.
As análises mostraram que o tratamento é eficiente. Foram verificados mais de 20 parâmetros, entre químicos e biológicos, do esgoto antes do tratamento e do efluente (parte líquida do esgoto tratado). As análises de DQO (Demanda Química de Oxigênio), que mede a redução da carga orgânica existente no esgoto - um dos parâmetros responsáveis para testar a eficiência do tratamento -, mostraram variação positiva entre 52% e 99%, apresentando média de 85,5%.
Para a diretora de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Maria Arlete Rosa, o resultado apresentado nas análises mostra que o sistema pode ser uma alternativa para propriedades rurais, áreas de pouca densidade populacional ou onde o sistema convencional é inviável economicamente. “O acompanhamento do processo de tratamento realizado até agora atestou a eficiência do sistema”, completa.
Funcionamento
Desenvolvido pelas biólogas da UFPR (Universidade Federal do Paraná) Tamara Van Kaick e Caroline de Macedo, o projeto prevê a adoção de um sistema natural de tratamento de esgoto em regiões de solo com baixa capacidade de absorção e filtragem de material orgânico. O sistema, que já é utilizado na Alemanha e foi adaptado para o Paraná, utiliza plantas aeróbicas como papirus, cana-da-índia, cortadélia, sterelizia e helicônia. As raízes dessas espécies são responsáveis pela retenção dos dejetos e oxigenação.
A montagem do sistema é simples e consiste na instalação de um tanque de concreto com uma camada de areia e outra de pedra brita, cobertas pelas plantas, no canal de entrada de esgoto. O esgoto é lançado por meio de sistema de tubulações instaladas logo abaixo de uma área plantada, ou seja, na zona de raízes. Esta área plantada é dimensionada de acordo com o volume de esgoto previsto para ser tratado.
Por ser uma tecnologia de baixo custo, contribui para resolver o problema de tratamento convencional dos dejetos. A Sanepar também está financiando estudos com a mesma tecnologia na Ilha da Peças, no litoral paranaense.
Fonte: Rede de Tecnologia Social - RTS